Salário mínimo no Brasil é infinitamente menor do que o alemão
Wantuir Marques e Carlos Alberto da Silva, diretores Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte, representaram o presidente José Cloves no Seminário Internacional Salário Mínimo e Desenvolvimento, promovido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (DIEESE), em conjunto com a Fundação Friedrich Ebert (FES) e apoio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que cedeu as dependências da Escola do Legislativo para que fossem realizados os debates, 9 e 10 de novembro.
No primeiro dia do evento, os sindicalistas ouviram Gabriele Sterkel, diretoria sindical do Departamento de Negociação Coletiva do Verdi (sindicato unificado do setor de serviços da Alemanha); George Wilson, doutorando em Direito da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e Antônio Prado, secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que demonstraram o quanto o salário mínimo pode influenciar na distribuição de renda nos países, independente do estágio do desenvolvimento.
Diferença colossal - Ao falar em crise na negociação coletiva na principal economia europeia, provocada pela distribuição desigual entre o desenvolvimento econômico e o crescimento salarial, a sindicalista alemã atribuiu como causa do desnível à desmobilização do sindicalismo naquele país. Mesmo assim, o valor da hora paga aos menores salários foi fixado em 8,50 euros, o equivalente a R$ 34,70, quantidade muito superior aos R$ 24,13 pagos por dia no salário mínimo brasileiro, cuja hora é fixada em R$ 3,58.
Sterkel considerou baixo o valor atual (8,50 euros), que mantém o salário mínimo alemão no que chamou de “zona de pobreza”, por ficar abaixo de 50% do salário médio alemão. “Agora, reivindicamos a definição de 10 euros por hora”, disse.
Para o Dieese, o valor necessário para atender a legislaçãoe as necessidades básicas da famíliado trabalhadordeveria ser de R$ 3.118,62, em janeiro.
Por: Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)