Sem resposta dos patrões, Rodoviários prometem parar ônibus da Região Metropolitana de BH
BELO HORIZONTE/MG - Os Rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte decidiram, por unanimidade, entrar em greve por tempo indeterminado, a partir da zero hora do 24/02. A decisão foi tomada pelas duas assembleias realizadas dia 20, no Centro da Capital mineira.
Ronaldo Batista, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) ratificou a pauta de reivindicações da categoria, com destaque para o pedido de reajuste salarial de 21,5%; redução da jornada de trabalho de 6h40min para 6 horas diárias; Participação nos Lucros e Resultados equivalente ao salário do trabalhador; 30 folhas de vale alimentação no valor de R$ 15; fim de "cobranças indevidas no contracheque" e separação de banheiros masculinos e femininos nos postos de controle (PCs).
“Para ter os ônibus rodando e funcionários dando o suor pela empresa, devem no mínimo pagar um salário justo", afirmou o presidente do STTRBH, Ronaldo Batista, no site da entidade.
Após cinco rodadas de negociações com representantes das empresas de transporte, não foi apresentada proposta de reajuste nos vencimentos, nem relativo às outras exigências feitas pelos trabalhadores.
ÔNIBUS TRANSPORTAM MILHÕES DE PESSOAS – De uma frota de 1,04 milhão de veículos que circulam em Belo Horizonte, 3.024 são ônibus, distribuídos em 263 linhas, das quais 2.400 seguem para o Centro, conforme a BHTRANS, empresa gerenciadora de transportes e trânsito, que mantém 1900 empregados e 700 agentes de operação e fiscalização.
Diariamente, 3,8 milhões viagens são realizadas em Belo Horizonte e outras 6,3 milhões na Região Metropolitana. Desse montante, 44,6% são feitas via ônibus e metrô; 29,1% a pé ou de bicicleta, e 24,9% de automóvel.
EM PORTO ALEGRE, JULGAMENTO ELEVA CONQUISTAS - Depois da histórica greve, que paralisou os 1.453 ônibus da capital gaúcha por 15 dias (27/01 a 10/02), os Rodoviários de Porto Alegre - que trabalham 7h10min - conquistaram reajuste do vale alimentação de R$ 16,00 para R$ 19,00 e a aplicação de 7,5% nos salários, passando de R$ 1.867, 74 (motorista e fiscal) para R$ 2.007,82 e de R$ 1.122,10 (cobrador) para R$ 1.229,62.
O índice de reajustamento salarial incluiu 5,5% de reposição inflacionária do período de janeiro/2013 a fevereiro/14 e acrescentou 2% a título de aumento real.
O plano de saúde dos trabalhadores foi mantido, com desconto de R$ 10 no contracheque dos rodoviários; as empresas pediam o fim do benefício ou o desconto de R$ 40 na folha de pagamento. A Justiça decidiu ainda reajustar o auxílio-funeral no mesmo índice do aumento salarial, de 7,5%.
A seção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RS), que julgou o dissídio da categoria, dia 17/02, determinou a extinção do sistema de compensação de horas, a partir de 1º agosto.