Patrulha Social: a polícia militar como polícia cidadã
CONTAGEM/MG - Em 10 de dezembro, é celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, após proclamação da data pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1950, dois anos após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, também no mesmo dia. Em Contagem, os direitos humanos são defendidos, na prática, por um grupo de policiais militares chamado de Patrulha Social, que atua no atendimento a jovens, nas escolas e ruas e, ainda, junto à população em situação de rua, sejam homens, mulheres, crianças ou adolescentes.
O grupo projeta o real sentido do papel do policial militar na sociedade, que deve ir além da ação repressiva e pode servir de elo entre os que mais precisam de assistência, o poder público e as instituições militantes da assistência social. Simultaneamente, o policial age como servidor público e agente social, na medida em que coloca os instrumentos públicos de que dispõe - como veículos, equipamentos e treinamento - em favor da inserção social.
A Patrulha Social ajuda a quebrar uma barreira existente entre a sociedade e a Policia Militar ao participar e articular uma rede de solidariedade e atendimento aos necessitados.
O grande impacto social da Patrulha vem do fato de ela agir nas lacunas deixadas pelo poder público e a iniciativa privada, que não dão conta de assistir socialmente o conjunto dos cidadãos, especialmente os mais pobres. O trabalho só é possível devido à formação de parcerias com órgãos e instituições diversas e por uma abordagem social, no apoio a abrigos, hospitais e projetos sociais.
A Patrulha Social atende pelos fones (31) 3391-8688 e 8633-7494
O CÉU TAMBÉM É AQUI – O dia 17 de dezembro foi marcado por mais uma jornada de ação social para a Patrulha e para um dos parceiros pontuais do grupo. Nesse dia, às 11h, o cabo Nascimento e a soldado Tatiane foram até o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Varejista e Atacadista de Contagem (Sintracc), no bairro Eldorado, em Contagem, coletar donativos – em forma de cestas básicas – para levar até casas de recuperação de dependentes químicos e pessoas que eram usuários de álcool e drogas ilícitas.
A solidariedade dos Comerciários de Contagem foi afirmada no gesto nobre do presidente da entidade, Ronaldo Gualberto, que faz questão de atuar no resgate de seres humanos que um dia perderam o rumo e que hoje carecem do amparo da sociedade para reencontrar o caminho do convício social. A Patrulha deixou o Sintracc na companhia da diretora Shirley Campos, que representou a categoria em mais um dia de afirmação dos bons valores da vida.
JORNADA DO BEM - A primeira parada foi a Comunidade El Shaday, localizada na Rua Mamoré, 213 – no bairro São Luiz -, em Contagem, que atende a 45 pessoas, entre ex-moradores de rua e dependentes químicos, na faixa de 16 a 65 anos de idade e é presidida pelo Pastor Gonçalves.
A Patrulha seguiu para a comunidade terapêutica “Resgatando Vidas no Amor de Jesus”, situada na Rua Pouso Alto, 970, na Vila Cristina, em uma das fronteiras entre Contagem e Betim. A entidade é presidida pelo Pastor Sandro, cujo trabalho é voltado para a recuperação de 15 pessoas na condição de dependentes químicos, que convivem praticando natação e futebol.
Luis Eduardo Fernandes da Cruz é um pintor autodidata que comercializa as obras, de notável valor. Marcos Antônio Lourenço Gomes, integrante da comunidade, saúda a ação dos policiais e vê nela a esperança que a sociedade tem na reabilitação daqueles seres humanos.
RESGATE – A Patrulha foi longe para chegar à última parada: o “Centro de Reabilitação Terapêutica Batalhão de Resgate”, que atende a 16 pessoas e assistida pelo Missionário Vander, está localizada na longínqua comunidade Estância Imperial Solar da Madeira, no extremo Norte de Contagem. O Obreiro Júnior informou que a principal atividade dos integrantes do Centro – além da capina do terreno e cuidados com a horta – está na produção de produtos artesanais de limpeza, como amaciante e água sanitária.
Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)