No aniversário de Belo Horizonte, UGT-Minas define metas para 2014
BELO HORIZONTE/MG - No dia em que a Capital mineira completava 116 anos de idade (12/12), a UGT-Minas reuniu o colegiado para definir o plano de ação da Central para 2014. Ricardo Patah, presidente nacional, e Moacyr Pereira, diretor de Finanças, formaram a mesa ao lado do deputado federal e presidente ugetista regional, Ademir Camilo, e do tesoureiro da UGT local e presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios, em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio, Conservação, Higienização, Desinsetização, Portaria, Vigia e dos Cabineiros de Belo Horizonte (Sindeac) e da Federação dos Empregados em Turismo e Hospitalidade do estado (Fethemg), Paulo Roberto da Silva, anfitrião do encontro.
Marcada por intenso debate, a reunião resgatou os momentos recentes em que os brasileiros tomaram as ruas para cobrar do poder público a melhora dos serviços públicos, especialmente nas áreas da mobilidade social e saúde. Patah prenunciou um ano em que os protestos devem voltar e – repetindo o que diz Ademir Camilo – com bandeiras historicamente erguidas pelo sindicalismo.
Leonardo Vale, do Sindi-Asseio RMBH, cobrou maior proximidade dos sindicatos com as bases e Denilson Martins, do Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol/MG), criticou a atitude do governo do estadual, que ficou indiferente às reivindicações do setor de segurança, em greve por quase cem dias.
Paulo Roberto da Silva, do Sindeac, voltou a defender o aumento da pressão em favor do estabelecimento de um piso salarial estadual, fato inexplicável para a segunda economia do País e contraditório, uma vez que estado com potencial menor, como Santa Catarina, que pratica faixas salariais entre R$ 700,00 e R$ 835,00.
Coube a Fabian Schetinni, secretário de Comunicação da UGT-Minas, o anúncio das propostas para apreciação do colegiado, com destaque para o incremento das regionais da Central (Sul, Zona da Mata, Norte e Triângulo); organização de seminário sobre Saúde e Segurança do Trabalhador, em março, e a promoção de Congresso da UGT mineira, em data posterior à realização da Copa do Mundo de Futebol. A estadual da Central ainda apresentou proposição de intensificar a campanha pela reposição das perdas do FGTS, por meio da exposição em out-doors, banners e mídia eletrônica. O conjunto de propostas mereceu aprovação unânime dos sindicalistas presentes.
O colegiado esteve representado por Fernanda Sampaio e França Alves, tesoureira e diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Panificação, da Indústria do Café e da Indústria de Alimentação Animal de Belo Horizonte (Sitipan/BH); Rogério dos Santos Lara, presidente do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas de Minas Gerais; Ronaldo Gualberto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Varejista e Atacadista de Contagem (Sintracc); José Cloves Rodrigues, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SEC-BHRM); Paulo Dias, do Sindimóveis/MG e da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci); Wagner Pereira, presidente do Sindicato dos Empregados em Escritórios de Contabilidade de Divinópolis e Região (Sindicont/MG); Orlando Reis, presidente do Sindicato dos Despachantes de Trânsito de Minas Gerais (Sindetran/MG), Wilton Batata, da ONG Conexão Cidadão.
CIDADE DOS TRABALHADORES - O plano original da cidade, realizado pelo engenheiro Aarão Reis, dividia a cidade em três áreas concêntricas: a Zona Urbana, delimitada por uma avenida periférica e concebida para ser o núcleo central da cidade; a Zona Suburbana, destinada à moradia da população que trabalhava na construção da cidade e, a Zona Rural, destinada aos sítios de pequena lavoura , formando um cinturão verde para a cidade. Essa organização espacial revela a estrutura política e social prevalecente, com a Avenida do Contorno funcionando como um agente de segregação social. Desde os primeiros anos, é notável o esforço do Poder Público em controlar a ocupação do território através da separação das classes sociais no espaço.
Belo Horizonte é a quinta cidade mais rica do Brasil com 1,38% do PIB nacional, atrás de São Paulo, Rio e Janeiro, Brasília e Curitiba. A capital possui 77.454 sedes de empresas legalizadas, que abarcam 1.025.205 pessoas ocupadas.
O Produto Interno Bruto da Região Metropolitana supera os R$ 75 bilhões, o correspondente a 35% do PIB mineiro. Dados do IBGE indicam que a rede urbana de influência exercida pela cidade no resto do país ultrapassa os 9% da população e perfaz 7,5% do PIB brasileiro, com influência percebida em mais de 700 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e do próprio estado. A Região Metropolitana de Belo Horizonte possui o quinto maior parque produtivo da Amércia do Sul, com destaque para a indústria automobilística e de autopeças, siderurgia, eletrônica e construção civil.
Um dos maiores centros financeiros do Brasil, Belo Horizonte é caracterizada pela predominância do setor terciário na economia. Mais de 80% da riqueza produzida pelo município se concentra no setor de serviços, com destaque para o comércio, serviços financeiros, atividades imobiliárias e administração pública, com ínfima presença do setor agropecuário.
Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)