União Geral dos Trabalhadores

20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

20 de Novembro de 2017

Que os debates e reflexões se estendam pelos 365 dias do ano

O Brasil celebra hoje uma importante data no calendário de luta da população negra. Comemorado em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra marca a morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida em 1695, após anos defendendo o Quilombo de Palmares de expedições que pretendiam escravizar, novamente, os negros que conseguiram fugir.

Anualmente, o 20 de novembro reaviva o debate acerca da situação da população negra no país e traz à tona as dificuldades e barreiras que ainda persistem para nossos irmãos e irmãs negros.

É imperioso dizer, no entanto, que as reflexões em torno da consciência negra devem extrapolar as fronteiras do mês de novembro e se estender pelos 365 dias do ano. Não há como negar que, mesmo nos dias atuais, ainda persiste um imenso abismo econômico, social e cultural entre brancos e negros e a tão falada democracia racial está longe de ser conquistada.

O mercado de trabalho é um exemplo concreto. Representando mais de 50% da população brasileira (sendo a maioria, portanto), os negros recebem menos que os brancos, ainda que exercendo as mesmas funções. A proporção de negros desempregados é sempre superior a de negros ocupados.

Segundo estudos do Dieese, as formas de inserção dos trabalhadores negros ocupados ainda são marcadas pela precariedade. A participação relativa dos negros é maior nas ocupações nas quais prevalece a ausência da proteção previdenciária e, em geral, os direitos trabalhistas são desrespeitados.

Além disso, conforme já comprovado pelas inúmeras pesquisas, a maioria da população negra permanece invisível nas universidades, na política e nos espaços de poder e decisão e continua sendo a principal vítima da violência e da discriminação.

Portanto, resgatar as lutas e enfrentar as contradições que a população negra no Brasil tem de superar deve ser uma prática cotidiana. O movimento sindical pode e deve ter um papel importante nesse sentido.

A UGT-MG, com seu sindicalismo ético, cidadão e inovador, abraça essa causa e conclama todos aqueles que têm o compromisso com uma sociedade mais justa e solidária a fazer o mesmo.

Paulo Roberto da Silva – presidente da UGT-MG