Centrais sindicais de Minas estabelecem novas agendas de luta
As centrais sindicais de Minas se reuniram na manhã desta quinta-feira, 31.08, para uma avaliação da conjuntura nacional, especialmente depois da aprovação da reforma trabalhista, e para estabelecer uma agenda de lutas comum.
Pela UGT/MG participaram os diretores Eduardo Sérgio Coelho e José Alves Paixão. Também estiveram presentes representantes da CTB, CSP Conlutas, Força Sindical, Nova Central, CUT e Intersindical. Diante do cenário totalmente desfavorável à classe trabalhadora, definiu-se que é imperioso manter a unidade do movimento sindical para fazer frente aos desafios colocados.
Os sindicalistas presentes fizeram uma autocrítica e avaliaram que o movimento sindical, apesar da posição aguerrida de algumas de suas lideranças, não conseguiu reagir à altura para impedir que fossem aprovadas as medidas reacionárias do governo. Houve críticas, inclusive, à postura das direções nacionais das centrais, em função das negociações de cúpula com o Palácio do Planalto.
Da mesma forma, o movimento sindical não conseguiu mostrar claramente à população as perdas impostas, por exemplo, pela reforma trabalhista e pela aprovação da terceirização sem limites. Esse foi um facilitador, pois, sem a mobilização da “massa”, o governo e o Congresso Nacional conseguiram facilmente aprovar as medidas do interesse deles.
“Perdemos o bonde da história. O movimento sindical deve estar ao lado do trabalhador e não fazendo conchavos com o governo”, sentenciou o diretor ugetista José Alves Paixão. “Ou nos reinventamos ou continuaremos sendo meros coadjuvantes”, completou o também diretor Eduardo Sérgio Coelho.
As lideranças presentes na reunião não acreditam na hipótese de que haja mudanças na reforma trabalhista e tampouco esperam pela edição de uma medida provisória alterando pontos da lei, conforme noticiado pela imprensa.
Fórum das centrais - pensar coletivamente
Uma das propostas apresentadas na reunião é a realização de um fórum ampliado com a participação de todas as centrais sindicais mineiras e para pensar alternativas capazes de dar uma resposta à crise e fortalecer a unidade do movimento sindical naquilo que é convergente.
Até porque, outra ameaça está em vias de ser aprovada ainda este ano: a reforma da Previdência. A ideia é, neste fórum ampliado, promover um dia inteiro de debates.
Essa sugestão será aprofundada na próxima reunião das centrais sindicais mineiras, marcada para o dia 12/09. Não basta “chorar o leite derramado”. É preciso, mais do que nunca, estabelecer formas de atuar coletivamente em favor do trabalhador.
AGENDA
02/09 – reunião no Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem: para definir a participação mineira no Dia de Luta, Protestos e Greve dos Metalúrgicos, convocado em nível nacional para o dia 14/09.
07/09 – Grito dos Excluídos. Concentração na Praça da Rodoviária, em Belo Horizonte, a partir de 9 horas.
12/09 – Próxima reunião das centrais sindicais mineiras. Será na sede da CTB, às 10h.
14/09 – Dia Nacional de Luta, Protestos e Greve dos Metalúrgicos.