Comemorar sim, sem esquecer das lutas dos trabalhadores
O 1º de maio foi uma pausa para homenagear os trabalhadores e proporcionar momentos de lazer e diversão. Mas a Festa do Trabalhador realizada em Contagem, na segunda-feira, teve também momentos de reflexão sobre a conjuntura atual.
Em suas falas políticas, os dirigentes das centrais sindicais chamaram a atenção para o grave momento que vive o país e as ameaças que recaem sobre os direitos dos trabalhadores, como a reforma trabalhista (já aprovada pela Câmara dos Deputados) e a reforma da Previdência.
Troco nas urnas, em 2018
“O Brasil passa por uma grave crise econômica, política e ética como nunca visto. São mais de 13 milhões de brasileiros desempregados e um Congresso Nacional sob suspeita, com a maioria de seus parlamentares sendo investigado por desvio de dinheiro público e corrupção. Portanto, sem legitimidade para exterminar os direitos dos trabalhadores”, disse o presidente da UGT-MG, Paulo Roberto da Silva.
Segundo ele, a crise foi gerada pela má gestão dos órgãos públicos, mas querem que o trabalhador pague a conta. “Hoje demos uma pausa, estamos em festa, mas a luta prossegue amanhã, com as centrais unidas na defesa da classe trabalhadora”, acrescentou. Paulo Roberto lembrou que em 2018 haverá eleições e aqueles que votaram contra os interesses dos trabalhadores terão o troco nas urnas.
Nova greve e “invasão” de Brasília
O presidente da Força Sindical Minas, Vandeir Messias, acusou o governo federal de querer “empurrar as reformas goela abaixo”, acabando com direitos históricos. Para ele, é uma mentira que as reformas irão gerar emprego, muito pelo contrário, e o governo está indo na contramão ao enviar propostas tão nefastas ao Congresso Nacional. “O povo tem que dar um basta a esta situação”, afirmou.
Ele anunciou que as centrais sindicais continuam unidas e mobilizadas e sinalizam uma nova greve geral, desta vez de dois dias, e uma invasão de trabalhadores a Brasília para pressionar o Congresso a não aprovar as reformas trabalhista e da Previdência.
Momento grave
Antônio da Costa Miranda, presidente da Nova Central, lembrou que no dia 28 de abril, durante a greve geral, o Brasil parou e demonstrou sua insatisfação com as propostas de reforma do governo Temer que, na prática, restabelece quase que um regime de escravidão no país.
“O que nos anima é essa unidade das centrais e dos movimentos populares, sociais e estudantis. Hoje, 1º de maio, é um dia de comemoração, uma pausa para o lazer. Amanhã estaremos de novo nas ruas e nas portas das fábricas para continuar nosso trabalho de mobilização. É importante que o povo esteja consciente da gravidade do momento”, finalizou Miranda.
Barraca da Polícia Federal
A Polícia Federal também se fez presente na Festa do Trabalhador. Foi montada uma barraca no local para colher assinaturas de apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 412), que prevê maior autonomia à PF.
Por exemplo, para que os delegados não sejam mais escolhidos politicamente pela Casa Civil ou pelo Ministério da Justiça. O objetivo é evitar interferências ou ingerência em sua atuação e demissões por simples descontentamento do governo com a atuação da PF. Os agentes aproveitaram para reforçar a necessidade do combate sem tréguas à corrupção.
Vale ressaltar que a Festa do Trabalhador 2017 contou com o apoio da Liberdade FM, Fan FM, Água Mineral Igarapé, Jornal Super, Shopping Contagem, MotoFest, Plano de Amparo Social Imediato (Pasi) e RP Gráfica.