Chacina de Unaí: o desejo de justiça nunca vai morrer!
A UGT-MG participou na manhã desta segunda-feira, 30/01, de ato público em memória à Chacina de Unaí. Com isso, a central ugetista mineira uniu sua voz àqueles que defendem justiça e pedem a prisão e punição dos envolvidos na morte de três auditores fiscais do trabalho e de um motorista do Ministério do Trabalho.
Coordenado pela Delegacia Sindical do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho em Minas Gerais (DS/MG - SINAIT), o ato aconteceu em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE/MG), no centro da capital mineira.
O episódio ocorreu há 13 anos, exatamente no dia 28 de janeiro de 2004. Naquela data, Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e Airton Pereira de Oliveira foram assassinados durante uma fiscalização rural na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Os mandantes foram quatro fazendeiros que pagaram R$ 45 mil para cinco executores.
Os auditores apuravam uma denúncia relacionada ao trabalho escravo. O crime (considerado um crime contra o estado) abalou a opinião pública nacional e teve repercussão em todo o mundo. Os mandantes foram condenados após vários anos, mas respondem em liberdade por causa de recursos protelatórios. Enquanto isso, as famílias e os amigos choram a ausência e a saudade daqueles que se foram.
Entenda o caso
Em 2013, os executores do crime foram condenados por homicídio triplamente qualificado. Rogério Alan Rocha Rios foi condenado a 94 anos de prisão, Erinaldo de Vasconcelos Silva, a 76 anos de reclusão e William Gomes de Miranda, a 56 anos de prisão.
Em outubro de 2015, a Justiça Federal de Minas Gerais condenou os mandantes: Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro. Os condenados receberam penas próximas a 100 anos de reclusão em regime fechado. Hugo Alves Pimenta, na condição de réu delator, teve sua pena atenuada, recebendo uma sentença de 46 anos, 3 meses e 27 dias de reclusão.
Os quatro entraram com recursos protelatórios no Tribunal Regional Federal 1ª Região – TRF 1, em Brasília, com pedido de desaforamento do julgamento realizado em Belo Horizonte (MG). Com esse recurso, os condenados tentam anular a decisão do júri popular realizado na capital mineira, transferindo o caso para a Vara Federal de Unaí, Minas Gerais, para terem direito a um novo julgamento.