Servidores da FHEMIG mantêm greve e definem novas estratégias de pressão para forçar governo de Minas a abrir negociações
Servidores da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) mantêm a greve iniciada no dia 22/12. Em assembleia em frente ao Pronto Socorro João XXIII nesta segunda-feira, 26/12, nos turnos da manhã e tarde, a categoria definiu ampliar as estratégias de mobilização, como forma de pressionar o governo do Estado a abrir canais de negociação.
De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Martins, a adesão tem sido bastante satisfatória, mas o governo sequer ventilou a possibilidade de receber os trabalhadores para discutir sobre a pauta de reivindicações. Diante da intransigência, a categoria decidiu ampliar as formas de pressão.
“Além de deliberar pela continuidade da greve, a assembleia desta segunda-feira definiu por promover atividades de rua para dar visibilidade ao movimento e envolver também o usuário da saúde, uma vez que muitas das reivindicações visam melhorar as condições de trabalho e o atendimento ao paciente”, explica Carlos.
O sindicalista diz que, em Belo Horizonte, aderirem à paralisação os servidores do Pronto-Socorro João XXIII, Hospitais Alberto Cavalcanti, Eduardo de Menezes, Infantil João Paulo II, Júlia Kubitschek, Maria Amélia Lins, Raul Soares e Maternidade Odete Valadares.
Na última sexta-feira, 23/12, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deferiu pedido da Advocacia-Geral do Estado (AGE) e determinou o impedimento da deflagração da greve pelos servidores em setores que prestam atendimento de urgência e emergência.
Carlos Martins explica que a paralisação continua, pois desde o início da greve não há prejuízo no atendimento nestes setores. Segundo ele, foram mantidos 100% do quadro de funcionários em áreas de urgência, em que a suspensão do atendimento colocaria em risco a vida do paciente, como em UTI, CTI e bloco obstetrício de maternidade.
“O que o juiz pede nós já estávamos fazendo, que é garantir atendimento em casos de risco de vida para os pacientes e a assistência dos pacientes já internados”, disse Carlos Martins, ao acrescentar também que não está havendo coação de servidores que não aderiram à greve, outra condição imposta na notificação do TJMG.
Pauta de reivindicações
Além de receberem os salários e o décimo terceiro parcelados e com atraso, a exemplo dos demais servidores públicos estaduais, o trabalhadores em hospitais estão há mais de três anos sem qualquer reajuste salarial. A Asthemg diz que acordos de greves anteriores não estão sendo cumpridos, assim como não estão sendo pagos direitos como promoção e valores retroativos.
O sucateamento dos hospitais é outra reivindicação dos servidores. De acordo com o sindicato, no Hospital João XXIII, por exemplo, banheiros estão danificados, há infiltração nas salas e equipamentos estragados, inclusive aqueles que são usados em pacientes em estado grave. Os trabalhadores também são contra a norma que cortou a alimentação do acompanhante e o lanche antes do jantar do paciente. E, em nível nacional, protesta contra a proposta de reforma da Previdência e o ajuste fiscal.
A paralisação tem sido avaliada em assembléias diárias, nos dois turnos. Conforme explicou Carlos Martins, o objetivo é envolver todos os servidores, inclusive os que trabalham em esquema de plantão.