União Geral dos Trabalhadores

ARTIGO: Mais um ano se vai. E o que esperar de 2017?

22 de Dezembro de 2016

Companheiros (as)

Chegamos ao final de mais um ano. Aliás, um duríssimo ano que se encerra com um balanço nada positivo para o movimento sindical, a classe trabalhadora e a sociedade brasileira.

A começar pelas denúncias de corrupção, problema endêmico da cultura brasileira, envolvendo os vários atores das esferas política e econômica e o desvio vergonhoso de bilhões dos cofres públicos.

O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, por sua vez, paralisou as decisões políticas. Estas, aliadas a algumas medidas equivocadas no campo econômico, já estagnado, provocaram consequências danosas e elevaram a taxa de desemprego a níveis estratosféricos, de quase 13 milhões de brasileiros sem emprego.

No campo dos direitos trabalhistas foi um ano de lutas árduas e de enfrentamento, que continuaram com a presidência da República já sob o comando do peemedebista Michel Temer. De todos os lados vieram ataques para precarizar, flexibilizar ou mesmo acabar com os direitos dos trabalhadores.

Desafios e ameaças

A Proposta de Emenda à Constituição - PEC 55/2016 (que congela os investimentos em políticas públicas por 20 anos) e a PEC 287/2016 (que trata da reforma da Previdência) - alguns dos temas que dominam o debate atualmente na mídia - são apenas parte dos inúmeros desafios colocados.

No último dia 22/12/16 o governo apresentou uma proposta de reforma trabalhista, que deve ser encaminhada ao Congresso como projeto de lei em caráter de urgência, com mudanças sérias e preocupantes na legislação trabalhista.

No Congresso Nacional tramita uma infinidade de projetos que versam sobre a mesma temática, com o objetivo de alterar a CLT, assim como regulamentam a terceirização sem limites, inclusive da atividade fim.

Há, ainda, inúmeras propostas de se acabar com a contribuição sindical, numa clara tentativa de enfraquecer a luta e a organização sindical. Nas contas do DIAP são mais de 55 projetos considerados verdadeiras ameaças aos trabalhadores e aos movimentos sindicais e sociais.

Em Minas Gerais, sob o argumento de dificuldades financeiras, o governo Fernando Pimentel adotou a política de parcelamento dos salários e do décimo terceiro, submetendo os servidores públicos estaduais a situações de extrema penúria, especialmente os situados nas faixas mais baixas da pirâmide social.

Mobilizações

A UGT-MG tem acompanhado atentamente e participado de ações pela defesa e garantia dos direitos dos trabalhadores. Em 2016, em conjunto com as demais centrais sindicais instaladas no estado, organizamos e participamos de vários atos públicos e assinamos manifestos contra os ataques à classe trabalhadora. Estivemos presentes em diversas audiências públicas e seminários temáticos, levando nossa contribuição sobre o mundo do trabalho.

Formação e capacitação

Também demos sequência à política de formação da UGT-MG, como forma de contribuir para a capacitação e qualificação das lideranças ugetistas, a exemplo dos seminários regionais, em outubro, em Poços de Caldas e Montes Claros. Oportunidades ímpares para analisarmos a conjuntura, com debates que contribuíram para elevar nossa consciência enquanto movimento organizado que luta por um país justo para todos e todas.

Com o mesmo objetivo patrocinamos a participação de lideranças ugetistas em eventos externos promovidos pela UGT nacional, entre os quais: a IV Conferência Nacional de Gênero, Raça e Juventude (em abril - BH); o Seminário “Trabalhadores e Trabalhadoras em Tempos de Crise: Construindo Alternativas” (em maio - São Paulo); e o II Seminário Jurídico (julho - Curitiba).

Destacamos, ainda, o IV Congresso Internacional de Direito Sindical promovido em abril, em Fortaleza (CE), pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com o GRUPE - Grupo de Estudos e Defesa do Direito do Trabalho e do Processo Trabalhista e o FCSEC - Fórum das Centrais Sindicais no estado do Ceará.

1º de maio e ampliação da comunicação

Duas outras ações de grande repercussão foram colocadas em prática, em 2016. Uma delas diz respeito à comemoração do 1º de maio, em Contagem, fruto de uma parceria com a Força Sindical e a Prefeitura daquele município. Reunimos milhares de pessoas para momentos de lazer, em um evento que ficará marcado na memória e na história de Contagem.

Gostaríamos de destacar, ainda, a ampliação da comunicação ugetista, com espaço dedicado às entidades filiadas para a divulgação de suas reivindicações, lutas e conquistas em nosso site e boletins e nas redes sociais, a exemplo do Facebook e WhatsApp. Com isso, socializamos e fizemos reverberar as demandas e atividades ugetistas desenvolvidas nos quatro cantos de Minas Gerais.

Agradecemos aos (às) companheiros (as) que se dispuseram a participar desta caminhada conosco e convidamos todos e todas a continuarmos juntos neste 2017 que bate às portas. Podem estar certos de que será também um ano difícil para o movimento sindical, o que requer de todos nós unidade nas ações para fortalecer a luta, evitar retrocessos e garantir conquistas.

A todos (as), os nossos mais sinceros votos de Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
À luta, companheiros, agora e sempre.

 

Paulo Roberto da Silva - Presidente da UGT-MG

Fernanda Maria Sampaio - Secretária de Comunicação 

 

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