União Geral dos Trabalhadores

Centrais sindicais mineiras avaliam ato público do dia 25/11 como um sucesso e planejam novas ações conjuntas

29 de Novembro de 2016

Em reunião na manhã desta terça-feira, 29/11, na sede da União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais (UGT-MG), as centrais sindicais avaliaram os resultados do ato público unificado realizado em 25/11, na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, como parte do Dia Nacional de Lutas “Nenhum direito a menos”.

Participaram do encontro, além de representantes da UGT-MG, lideranças da CTB, Nova Central, Força Sindical e da Intersindical. A CSP Conlutas, que participou de todo o processo de mobilização, não pode comparecer na reunião desta manhã e justificou a ausência em função de compromissos internos.

Unidade
A opinião unânime é a de que o ato unificado foi um sucesso, sobre vários aspectos. A começar pela unicidade do movimento sindical que consegue perceber, com mais clareza, que o mundo do trabalho tem sido duramente atacado, com perdas de direitos. E o enfrentamento só será possível com a construção de uma ampla frente de resistência.

Diferentes vozes
Além disso, congregou estudantes universitários e secundaristas, muitos deles em ocupações de escolas públicas, e representantes de movimentos sociais e populares. Sem falar no apoio expresso pelas pessoas que passavam pela Praça Sete, muitas delas se juntando ao ato público. Desta forma, o movimento sindical abre-se para uma interlocução mais qualificada com a sociedade.

“Demos um show de maturidade política, com uma interlocução e um diálogo responsáveis. Fizemos uma revolução em Minas Gerais. Precisamos voltar às nossas origens, ocupar espaços e retomar a parceria com a sociedade”, ponderou o secretário do Servidor Público da UGT-MG, Eduardo Sérgio Coelho.

O secretário-geral da central ugetista mineira, Fabian Schetinni, considerou o ato unificado como a principal ação de 2016. “Ele brindou nossa união em pontos que são 90% convergentes. Conseguimos dar visibilidade às nossas reivindicações e envolver a população. Repercutiu mais do que esperávamos”, disse.

Diálogo
Para o presidente da Nova Central, Antônio da Costa Miranda, foi um ato respeitoso, bonito, o melhor dos últimos tempos. “Demos nosso recado e conseguimos isso porque deixamos claro que estávamos ali sem interesses político-partidários, e sim para defender os direitos dos trabalhadores. Temos que investir mais nesta reaproximação”, pontuou

Na avaliação de Adelmo de Oliveira, da CTB, foi uma manifestação de peso. “O que estamos construindo em Minas Gerais não é pouca coisa. Com as nossas diferenças conseguimos esse entendimento. Agora é pensar daqui para frente”, opinou.

Sem perder o foco
Marilda Silva, da CTB, lembrou que o velho ditado “a união faz a força” nunca esteve tão atual. “É preciso clareza e consciência de que a situação é grave e o momento pede unicidade, mantendo firme o propósito em torno do nosso lema ‘nenhum direito a menos’, conclamou.

José Antônio Lacerda, o Jota, também da CTB, completou: “O que levou à unidade foi a compreensão da conjuntura política. Acertamos, estamos no eixo certo e não podemos nos dividir. Se você não unifica, perde o foco”, declarou.

Valter Aguiar, da Força Sindical, concorda que as divergências existem, e as discussões têm que ser para unificar e não para desagregar. “Vamos promover outros atos, fazer avaliações periódicas, corrigir rumos se necessário. Não podemos perder o compasso. O importante é conseguirmos fazer nossa voz chegar ao trabalhador”, comentou.

Próximos passos
Mas, e agora, o que fazer daqui por diante? Para as lideranças sindicais, é preciso dar continuidade às ações conjuntas das centrais sindicais. Entre as propostas apresentadas está a realização de uma plenária sindical e social para aprofundar as discussões sobre temas ligados ao mundo do trabalho, construir a frente de resistência e planejar uma agenda comum para 2017.

Além disso, organizar um evento para apresentar oficialmente a unidade das centrais. Sugeriu-se, ainda, presença mais constante na mídia espontânea ou paga, inclusive nas mídias sociais; e pensar em formas alternativas de comunicação para fazer a mensagem chegar aos trabalhadores e à população. “A estética da comunicação facilita a recepção”, opinou Fernanda Vieira Oliveira, da Intersindical.

As lideranças presentes na reunião consideram, ainda, que é fundamental que o movimento sindical volte às bases e esteja mais presente nas lutas dos movimentos sociais e populares e dos próprios movimentos estudantis, como forma de trazê-los também para as lutas dos trabalhadores.

Isso significa ir “in loco”, visitar as comunidades, as ocupações e as associações, por exemplo. “Ao se integrar ao nosso ato unificado a juventude começou a ter uma melhor compreensão do que é uma central sindical”, argumentou Gelson, da CTB.

Essas e outras sugestões serão avaliadas em uma nova reunião agendada para o dia 5/12, também na sede da UGT-MG.

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