Ministro do Trabalho nega, em BH, que vá retirar direitos trabalhistas
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, participou na tarde dessa quinta-feira, 22/09, de reunião com as centrais sindicais mineiras na sede da Força Sindical. Convidada, a UGT-MG esteve presente por meio de membros de sua diretoria. A visita a lideranças sindicais mineiras faz parte da agenda que o ministro tem cumprido pelo país afora para, segundo ele, desfazer maus entendidos.
Ronaldo Nogueira afirmou que a proposta de aumentar a jornada de trabalho nunca esteve na agenda dele ou do presidente Michel Temer e que direitos consolidados como décimo terceiro, férias, FGTS e vale transporte são imexíveis. “Vocês acham que eu iria propor aumentar a jornada de trabalho? Isso é um disparate. Teriam que me internar se dissesse isso. Meu compromisso é com o trabalhador e digo isso olhando nos olhos de vocês”, declarou.
De acordo com o ministro, os trabalhadores e o movimento sindical não serão surpreendidos com esse tipo de notícia e que o governo aposta no diálogo para criar um ambiente de “pacificação e consertação” do Brasil. E na busca desse diálogo tem conversado também com a classe empresarial. Aliás, segundo ele, o grande desafio é exatamente reunir, em torno de uma mesma mesa, empregados e empregadores.
Dizendo que seu compromisso é com os 12 milhões de brasileiros que ao meio dia de hoje não tinham o que colocar na mesma para comer, ele apontou o combate ao desemprego como prioridade na agenda do governo.
Ronaldo Nogueira lembrou, no entanto, que é necessário criar condições para que isso aconteça. Combater o déficit fiscal é peça fundamental nesse processo, assim como limitar os gastos públicos, buscar a sustentabilidade da Previdência Social e “atualizar” a legislação trabalhista.
Sobre o que chamou de “atualização da legislação trabalhista”, Ronaldo Nogueira disse que ela se dará em torno de três eixos: segurança jurídica (inclusive para fortalecer a atividade sindical), criar condições de ocupação com renda para todos e consolidar direitos.
O ministro esteve acompanhado do Secretário de Relações do Trabalho, Carlos Lacerda. Também participou da reunião o deputado federal Laudívio Carvalho, dentre outras autoridades.
Apelo das centrais
Antes da fala do ministro, os representantes das centrais sindicais presentes - Força Sindical, UGT-MG e Nova Central - expuseram a preocupação do movimento sindical com o retrocesso e a retirada de direitos trabalhistas arduamente conquistados.
Fernanda Sampaio, secretária de Comunicação da UGT-MG, compôs a mesa representando a central ugetista. Dizendo que o momento é grave e de apreensão em função do que vem sendo divulgado como sendo propostas do governo, ela fez um apelo ao ministro para que haja um diálogo franco e um canal de negociação permanente com as entidades sindicais em torno da pauta trabalhista.