Trabalhadores saem às ruas, em BH, pela manutenção dos direitos e contra o retrocesso
Bandeiras de várias cores e tendências, faixas de protestos, apitaços, batucada e palavras de ordem marcaram o ato público realizado na tarde dessa terça-feira, 16 de agosto, em Belo Horizonte, no Dia Nacional de Mobilização e Luta em defesa do emprego e pela garantia de direitos.
A UGT-MG marcou presença, por meio de suas lideranças, militantes e de entidades filiadas. Organizado pelas centrais sindicais União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais, CTB, CUT, CSB, CSP Conlutas, Força Sindical e Nova Central, o ato contou também com a participação da Intersindical e de representantes de movimentos populares e estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e União dos Estudantes Secundaristas (UMES).
A concentração começou na Praça Afonso Arinos, às 16h, e, no início da noite, os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas centrais da capital mineira. Os dois sentidos da Avenida João Pinheiro chegaram a ser ocupados. Depois, o protesto seguiu pela Avenida Augusto de Lima e Avenida Amazonas, com uma parada na Praça Sete, no coração de BH. Já passavam das 19h quando o protesto chegou à Praça da Estação, onde foi encerrado.
Nas falas das lideranças sindicais e populares, um consenso: “nenhum direito a menos”. Entre as situações que aprofundam cada vez mais o drama dos trabalhadores estão o desemprego, o desmonte das políticas públicas, a flexibilização de direitos trabalhistas, as mudanças pretendidas na Previdência Social (alteração na idade mínima para a aposentadoria, equiparação da idade do homem e da mulher, o nivelamento do tratamento previdenciário entre trabalhadores rurais e urbanos etc.).
Os sindicalistas lembraram também as ameaças que recaem sobre o servidor público e o serviço público, por meio do PLP 257/16 e a PEC 241/16, e as tentativas de criminalizar o movimento sindical como forma de enfraquecer a luta dos trabalhadores.
“Esse ato público representa um marco na história do sindicalismo mineiro e brasileiro, que se une e sai às ruas para dizer que não vamos admitir a retirada de direitos e o retrocesso na legislação trabalhista”, afirmou o diretor da UGT-MG, Eduardo Sérgio Coelho, uma das lideranças ugetistas presentes na manifestação.
Segundo ele, esse é um momento extremamente delicado, com medidas inaceitáveis propostas tanto pelo governo quanto pelo Congresso Nacional, o que requer não só a unidade do movimento sindical, como também ações de mobilização e de conscientização da população brasileira.
Sobre o Dia Nacional de Mobilização e Luta
O Dia Nacional de Mobilização e Luta foi marcado por manifestações em várias capitais brasileiras. A data de 16 de agosto foi definida em São Paulo, no dia 26 de julho, durante Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Emprego e Garantia de Direitos.
O encontro reuniu militantes de todas as centrais em um evento que fortaleceu a união entre as entidades e deixou claro que é preciso abandonar as diferenças ideológicas para lutar por um ideal comum. O que unifica é a defesa dos direitos.
O que defender:
Na resolução aprovada na Assembleia Nacional dos Trabalhadores por Emprego e Garantia de Direitos, realizada em São Paulo, as centrais sindicais reivindicam a adoção das seguintes medidas, como formas de combater o desemprego, gerar mais empregos e manter os direitos e as conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras:
• Redução da taxa de juros;
• Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários;
• Retomada do investimento público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana;
• Investimentos no setor de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial a Petrobrás e o Pré-Sal;
• Destravamento do setor de construção para manutenção de empregos;
• Aumento e manutenção da produção e das exportações da indústria de transformação;
• Adoção e aprofundamento de políticas que deem sustentação ao setor produtivo;
• Fortalecimento do mercado interno para incrementar os níveis de produção, consumo, emprego, renda e inclusão social.