Com 91 anos de vida, Sindicato dos Comerciários de BH faz parte da história brasileira
BELO HORIZONTE/MG – Fatos de grande relevância marcaram o ano de 1925, além da criação da União dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte, no dia 11 de junho. Em pouco mais de um mês, a capa da edição de estreia do jornal O Globo, de 29 de julho daquele ano,noticiava o “assombroso aumento do número de automóveis” no Brasil e prenunciava a decadência das ferrovias, efetivada a partir dos anos 50, pelo governo de Juscelino Kubitschek.Na época,a explosão do transporte individual era um indicador de progresso.
O brasileiro que trabalhava no comércio, na indústria e nos bancos passava a ter direito a gozar 15 dias de férias ao anoe,no dia 31 de dezembro,foi realizada a primeira Corrida de São Silvestre, em São Paulo. Em 10 de maio, o Partido Comunista do Brasil lançava o jornal “A Classe Operária” e Luis Carlos Prestes assumiao comando das forças rebeldes ao governo de Artur Bernardes, naquela que ficou conhecida como Coluna Prestes.
ATIVISMO EM MAIS DE NOVE DÉCADAS
Transcorridos 91 anos da fundação e 75 do reconhecimento como sindicato, que só veio em 5 de dezembro de 1941, pelo Ministério do Trabalho, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM) afirmou o protagonismo dos trabalhadores na história brasileira.
Daquela época até os dias de hoje, a entidade desenvolveu intensa luta para que os comerciários atuassem em condições decentes de trabalho, recebessem salários dignos e que tivessem os benefícios conquistados pela classe sendo estendidos para osfamiliares, fosse no campo jurídico e social,como no lazer.
Dono de estrutura sólida, o sindicato está instalado no Centro da Capital em ampla sede própria e oferece atendimento jurídico, médico e dentário, departamento de Saúde Mental, clínicas de Radiologia, Fisioterapia e Ultra-sonografia. Para o lazer, o clube campestre em São José da Lapa e a Colônia de Férias, na praia de Jacaraípe, no Espírito Santo.
ALÉM DA REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL
Orgulhoso por estar à frente de entidade sindical tão expressiva, o presidente José Cloves Rodrigues, quer ir além da regulamentação da profissão de comerciário, que veio com a Lei 12.790/13,sancionada pela presidente Dilma Rousseff e publicada na edição de 15 de março de 2013, do Diário Oficial da União.
As condições de trabalho e restrições, como o acesso ao banheiro, horário inadequado de almoço ou instalações precárias para as refeições fazem parte da rotina do trabalhador setor do Comércio e Serviços e são combatidos diariamente pelo sindicato, que já obteve expressivos avanços, a partir do Projeto Comércio, que envolve representantes do segmento patronal e do Ministério do Trabalho.
Secretário Nacional dos Comerciários na União Geral dos Trabalhadores (UGT), central que reúne cerca de 60% das entidades sindicais do setor, Clovesdestaca o movimento para minimizar o impacto da crise sobre os trabalhadores, citando os franceses como referência na luta contra a retirada de direitos trabalhistas. O sindicalista também elogia a postura da diretoria que lidera, por compreender o papel que desempenha diante da categoria o no cenário sindical brasileiro.
Renato Ilha, jornalista (MTb 10.300)