Cenário político e econômico em 2016 - o que esperar?
O Brasil continua, neste mês de janeiro, em clima de férias, o que contribuiu para amenizar as discussões políticas e econômicas no país. Porém, em fevereiro, com o fim do recesso parlamentar e do Judiciário, o cenário promete esquentar, reaquecendo os conflitos e as turbulências que marcaram 2015.
O ano que passou foi palco de grandes desencontros na área política, o que atrapalhou profundamente o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Esse clima de incerteza deve permanecer em 2016. Um exemplo é o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a continuidade da novela sobre o futuro de Eduardo Cunha no comando da Câmara Federal. Há quem aposte que os primeiros meses do ano devem ficar comprometidos com os debates em torno desses dois temas.
A avalanche de processos envolvendo corrupção e a falta de ética e de moral de políticos, empresários e servidores públicos, por meio da Operação Lava Jato, têm indignado e envergonhado todo o povo brasileiro. A Operação, iniciada em 2014, continuará apontando para novos rumos este ano, expondo ainda mais a fragilidade da nossa representação política, independente de partidos.
O pacote de ajuste fiscal volta a ser analisado no Congresso Nacional e um ingrediente ajudará a engrossar o caldo das discussões: a reforma previdenciária. Em um café da manhã com os jornalistas no último dia 7/01/16, Dilma Rousseff disse que o Brasil vai ter que fazer mudanças no sistema previdenciário. Ela garantiu que as novas regras não irão retirar direitos adquiridos, mas as lideranças sindicais estão em alerta, principalmente, com a possibilidade de novas regras que prejudiquem o trabalhador.
Aliás, mais do que nunca o movimento sindical deve ficar atento às votações no Congresso Nacional. O ano deve ser de discussões sobre temas controversos na Câmara. Devem chegar ao plenário o projeto do Estatuto de Família, a revisão do Estatuto do Desarmamento e o novo Código de Mineração. Isso sem falar no malfadado Projeto de Lei que regulamenta a terceirização sem limites, em tramitação no Senado, entre outras matérias que são verdadeiras ameaças à sociedade brasileira e à classe trabalhadora.
No campo econômico, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) fechou 2015 apontando um desemprego na casa de 8,9% e alguns analistas acreditam que, em breve, essa taxa poderá atingir os dois dígitos. No geral, o número de postos de trabalho diminui a cada mês, a inflação não para de subir e o Produto Interno Bruto-PIB está em queda expressiva.
O próximo ano também será palco das primeiras eleições desde o início da turbulência política. O pleito em que os brasileiros escolherão seus novos prefeitos e vereadores será marcado por uma novidade: a proibição do financiamento de campanhas por parte de empresas. Vários políticos ainda têm dúvidas sobre como arrecadarão recursos para suas campanhas.
Em todo o país já começam os movimentos, contatos, articulações e alianças para as eleições municipais de 2016, quando, em 2 de outubro, serão eleitos os vereadores e o prefeito de cada município brasileiro.
O papel do movimento sindical
O movimento sindical não pode perder o fio da meada e nem se ausentar desse debate. Pelo contrário, deve assumir seu papel de representar a classe trabalhadora e contribuir com propostas para o Brasil superar a crise.
A UGT, diga-se de passagem, integra o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social. Em meados de dezembro os integrantes do Fórum entregaram ao governo, em Brasília, sete propostas de retomada do crescimento econômico do País. Consolidado em menos de um mês, as ideias são fruto de debates e já têm o apoio de cerca de 70 entidades, tanto sindicais quanto empresariais.
Isso vem demonstrar que, para além dos debates especulativos no campo político, a sociedade brasileira quer participar e tem sugestões a fazer. Isso nos dá um novo ânimo e uma nova perspectiva de que o Brasil é um país que pode ser reconduzido aos trilhos do desenvolvimento.
Nós, da UGT, acreditamos no poder da fiscalização dos entes públicos, da mobilização, da organização, da luta e da participação popular. E reafirmamos nosso compromisso de sermos atores atuantes na construção da história brasileira e do movimento sindical. Contamos como você para, neste ano, seguirmos juntos nesta caminhada.
União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais
Secretaria de Comunicação