União Geral dos Trabalhadores

Polícia Civil de Minas Gerais em estado de alerta

30 de Setembro de 2015

Pelo menos mil policiais civis de todos os cargos e servidores administrativos compareceram, no final de agosto, na primeira Assembleia Geral Extraordinária da categoria de 2015. Foi também a primeira assembleia realizada no governo Fernando Pimentel, coordenada pelo Sindpol/MG.

 

De acordo com o presidente do sindicato, Denilson Martins, foram aprovadas várias deliberações importantes e a categoria decretou estado de alerta até que as mesmas sejam atendidas pelo governo e a Administração Superior da Corporação, com sinalizações reais e poupáveis de que serão cumpridas.

 

Entre as quais, destaca-se a implantação da isonomia salarial de peritos, legistas, escrivães e investigadores. “Todos são, desde 2010, de atribuições complexas e de natureza técnico-jurídico e científico e de nível superior, não se justificando diferenças remuneratórias em cargos da mesma Instituição e de mesma natureza, no mesmo grupo de atividade”, justifica Denilson.

 

Nomeação de concursados

Outra reivindicação dos policiais civis mineiros é a recomposição dos quadros de efetivo, com a convocação de todos os excedentes dos concursos ainda vigentes e a realização de novos certames. “Nossa luta é para aumentar o nosso efetivo e, assim, aumentar também a segurança para a população. Temos 1.080 investigadores para serem nomeados pelo governo do Estado, o que vem sendo adiado por problemas de orçamento. A sobrecarga de trabalho penaliza a categoria e deixa o cidadão inseguro”, diz Denilson.

 

Ele comenta que o governador Fernando Pimentel já anunciou a convocação dos classificados no concurso público realizado em 2013, porém, ainda não marcou a data para iniciar o curso de formação, o que os deixa apreensivos. “O Sindpol/MG compreende as limitações financeiras e tem negociado com o governo do Estado, mas não podemos deixar de repor os quadros da Polícia Civil”, alega.

 

Para exemplificar o déficit de policiais civis, Denilson diz que em algumas regiões do interior o policial percorre até 300 km para registrar uma ocorrência, o que ele considera como uma situação muito grave. “O governador havia sinalizado que não faria nenhuma nomeação este ano em função das dificuldades financeiras, mas depois da pressão, do diálogo e da negociação ele reconsiderou sua decisão. Mas, precisamos ter a clareza da data e do início do curso de formação”, ponderou.

 

De acordo com a Secretaria de Defesa Social, hoje, o déficit de policiais civis em Minas é de 7.746 profissionais. A Lei Orgânica prevê efetivo de 17.517 policiais, mas o número de servidores é de 9.771.