Milhares de trabalhadores marcam presença no 3º Congresso Nacional da UGT
Com aproximadamente 3.000 delegados de todas as regiões do País, teve início nesta terça-feira, 16 de junho, o 3º Congresso Nacional Ordinário da UGT, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo. A delegação da UGT Minas, com cerca de 200 integrantes, chegou à capital paulista ainda na parte da manhã e compareceu em peso à sessão solene de abertura oficial do evento.
Com o tema “Brasil: é hora de reforma”, o primeiro dia do congresso contou com a participação de observadores, convidados e uma delegação internacional composta por representantes de 42 países, entre os quais, Bélgica, São Tomé e Príncipe, México, França, Filipinas, Panamá, Estados Unidos, Berlim, Turquia e Bangladesh.
Entre as várias autoridades presentes estavam o ex-senador Pedro Simon (RS), o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, o governador de Goiás, Marconi Perilo, diversos secretários estaduais de São Paulo, deputados, vereadores, representantes do Ministério Público do Trabalho (MTP), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e das centrais sindicais CUT, CTB, Força Sindical, Nova Central Sindical e CSP-Conlutas.
O público foi brindado com uma apresentação da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. A surpresa do dia ficou por conta da execução do Hino Nacional, interpretado pela cantora Fafá de Belém, símbolo da campanha das Diretas já.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, que comandou a abertura dos trabalhos, ressaltou a importância da presença de todos os dirigentes nacionais e estaduais da central e de milhares de militantes vindos das várias regiões do Brasil. E o fato de reunir também autoridades e trabalhadores de outras entidades sindicais, de acordo com ele, é sinal de esperança de mudanças e de maior inclusão social.
Nos depoimentos e falas dos oradores não faltaram críticas aos ataques aos direitos dos trabalhadores, representados pelo Projeto de Lei que regulamenta a terceirização sem limites e as MPs 664 e 665. Também ficou clara a preocupação dos trabalhadores com a estagnação econômica do País, com os juros e inflação em alta.
O primeiro dia do Congresso foi encerrado com aprovação do Regimento Interno, da Alteração Parcial do Estatuto da UGT e da Resolução do Temário do 3º Congresso.
Manifesto
Aproveitando a presença de militantes das várias regiões do Brasil, trabalhadores dos segmentos de asseio, conservação e vigilância subiram ao palco do 3º Congresso da UGT para exigir justiça, respeito e dignidade. O secretário-geral de Finanças da Central e presidente da Fenascon, Moacyr Pereira, leu, em nome dos trabalhadores, um manifesto no qual relembra as lutas e conquistas das categorias.
Unindo-se ao apelo da UNI Global Union, os companheiros de asseio, conservação e vigilância fizeram um protesto contra a Prosegur que, segundo sindicalistas do Peru, age com total desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas naquele país latino-americano.
Programação
Um dos objetivos do 3º Congresso Ordinário Nacional da UGT é eleger a nova diretoria para um mandato de quatro anos, até junho de 2019. Mas o evento se propõe também a fortalecer a UGT em cada estado da Federação e do Distrito Federal, por meio de ações político-sindicais e sociais que devem ser praticadas pelas entidades filiadas. Por isso, a programação reservou momentos para palestras e reflexão de temas que envolvem tanto os interesses da classe trabalhadora quanto aos da sociedade.
Com isso, a UGT acredita ser possível apontar caminhos para possibilitar a formulação de propostas que levem o Brasil ao crescimento sustentável, com geração de emprego e renda, para que cada brasileiro conquiste o direito de viver dignamente.
Nesta quarta-feira, 17 de junho, pela manhã, houve a palestra sobre “As reformas estruturais que o Brasil precisa”, tendo como expositores o ex-senador Pedro Simon, o professor e sociólogo Demétrio Martinelli Magnoli e o diretor do DIAP, jornalista Antônio Augusto de Queiroz.
À tarde, será abordado o tema “Desenvolvimento sustentável com justiça social”, com a presença da ex-senadora Marina Silva e do economista Sérgio Besserman Vianna. Como atrações culturais do dia haverá a apresentação da Orquestra Instituto Pão de Açúcar e da Cia. Ballet de Cegos.
Na quinta-feira, 18 de junho, está prevista a palestra “Trabalho e dignidade: o futuro do emprego”, com a participação do professor Marco Antônio Villa e da jornalista Eliane Cantanhede. O Congresso será encerrado com a eleição e posse da Executiva Nacional e do Conselho Fiscal da UGT Nacional.