União Geral dos Trabalhadores

Quais são os requisitos fundamentais de um líder sindical?

27 de Maio de 2015

O coaching e consultor de capital humano, Nailor Marques Júnior, enumera pelo menos oito características que considera essenciais em um dirigente sindical. Palestrante conceituado e escritor com 29 livros publicados, ele encerrou, nesta terça-feira, 26 de maio, a programação da 1ª reunião da Executiva Estadual da UGT-MG, com a palestra sobre o tema “Liderança em tempos de crise”.

 

Segundo Nailor, ninguém pode liderar pessoas sem antes liderar a si mesmo, o que pressupõe ter inteligência emocional. Em outras palavras, significa deter habilidades tais como motivar a si mesmo, persistir mediante frustrações, controlar impulsos e ter a capacidade de administrar as emoções para alcançar objetivos. “Mais difícil do que dominar as pessoas é dominar a nós e os nossos pensamentos”, pontuou.

 

Ainda de acordo com ele, o bom líder é aquele que entende que é preciso negociar sempre e em determinados momentos terá que abrir mão de suas convicções. Também precisa ser seguro e firme ao falar e saber distinguir qual é a diferença entre o bom e o ótimo. Não pode ser surdo e nem cego e tem que aprender a delegar. “Mas há situações que necessitam da interferência direta do dirigente. Cabe somente a ele assumir determinadas responsabilidades”, alertou.

 

Outros requisitos apontados pelo consultor é a capacidade de perceber que em momentos diferentes serão necessários líderes com qualidades distintas. Por isso, é preciso estar cercado dos melhores, com habilidades e potencialidades variadas. E, ainda, que não confundam sentimentos pessoais com profissionais. “Não adianta querer resolver problemas novos com pensamentos antigos. Que os líderes entendam que não se pode resistir às mudanças e que o melhor plano ou projeto é aquele que dá certo”, afirmou.

 

Neste ponto, Nailor chamou a atenção para a urgência em atrair os jovens para o movimento sindical, o que requer também mudanças de postura e formas de agir, tornando-se mais dinâmico e atrativo. “O jovem espera vibração, alegria, quer ser feliz agora. Como contaminar as pessoas se você não vibra com o que faz? Não adianta o sindicato ter uma sede, se não tem alma. Os sindicalizados querem se sentir representados”, ressaltou.

 

Compartilhar conquistas e interiorizar o movimento sindical, fortalecendo a atuação sindical nos municípios, são outros atributos apontados por ele. Além, é claro, da união dos trabalhadores, considerada a principal arma contra a crise.

 

Para corroborar sua fala, o consultor citou um trecho do sermão do Padre Antônio Vieira, proferido nos idos do século XVII, precisamente, no ano de 1662: “Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedras é edifício, uma união de tábuas é navio, uma união de homens é exército. E sem essa união, tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína, o navio sem união é naufrágio, o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união de alma e corpo) com união é homem, sem união é cadáver."