União Geral dos Trabalhadores

Em seminário, SECBHRM simula negociação coletiva

08 de Fevereiro de 2015

BELO HORIZONTE/MG - Reunir sindicalistas em um domingo chuvoso e manter o grupo integrado no Seminário sobre Negociação Coletiva definiu o êxito da iniciativa, notado no clima de descontração dos dirigentes, conforme destacou José Cloves Rodrigues, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM). O encontro, realizado em 08/02, das 8h30min às 17h, no Centro da Capital mineira, reuniu 75 diretores da entidade, entre efetivos e sindicalistas de base.

A intensão do SECBHRM de promover o seminário em meio à negociação salarial real faz parte do processo de conscientização, principalmente a diretoria de base, sobre a função que pode ser desempenhada por sindicalistas que estão na loja, convivendo cotidianamente com os Comerciários.

Para José Cloves, o processo da elaboração da pauta de reivindicações e a simulação do clima da negociação serviram para trazer uma noção próxima da realidade, de maneira a demonstrar as dificuldades e fazer com que os diretores percebessem o que, de fato, ocorre nos bastidores da relação entre patrões e empregados na época da data-base.

“O objetivo da simulação feita após as palestras foi criar ambiente semelhante ao das negociações, em que há as representações profissional e patronal, além das assessorias”, esclareceu o sindicalista, que também é dirigente nacional da UGT.

DIFERENÇAS CORPORATIVAS - O consultor empresarial, Ronaldo Cirqueira, apresentou ponto de vista diverso ao exposto por Fernando Duarte, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) de Minas Gerais, que palestrou no turno da manhã.

Cirqueira demonstrou a diferença existente entre os níveis de organização de patrões e empregados, em questões de natureza econômica e social. Entre os dirigentes sindicais, os dirigentes de base, participação de forma indireta, ficando mais afastados do processo de negociação.

A importância da promoção de encontros daquela natureza está em trazer à prática dos sindicalistas os objetivos da negociação para uma discussão mais ampla, fazendo com que sejam vivenciados com maior proximidade.

DESENVOLVER HABILIDADES E APTIDÕES - Na atualidade, é necessário que os sindicalistas desenvolvam habilidades dentro do contexto da negociação, acredita o consultor, para quem a ideia de enfocar os elementos envolvidos no processo ajuda a formar uma visão efetiva a partir dos objetivos.

Para ele, meio sindical abriga pessoas que possuem conhecimento específico da área e desenvolvem militância ativa, mas que carecem do aprimoramento de habilidades, que podem ser adquiridas, por meio da prática. Ao falar a respeito, Ronaldo Cirqueira comentou que o ser humano nasce com potencial para caminhar, mas precisa desenvolver a aptidão.

“Primeiro, engatinhamos; depois ficamos em pé, encostados na parede, para depois dar um passo, cair e buscar o equilíbrio; até caminhar normalmente”, assinalou.

 

Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)