Sindicalista quer movimento pela redução da jornada
BELO HORIZONTE/MG – “A sanção da Lei 12.790 não fez nada além que regulamentar a profissão de comerciário e reconhecer formalmente uma atividade já afirmada na sociedade”. A declaração foi feita por Ronaldo Gualberto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Varejista e Atacadista de Contagem (Sintracc), no segundo dia (31/10) da Plenária Nacional dos Dirigentes Sindicais Comerciários da União Geral dos Trabalhadores, realizada no centro de convenções do Dayrell Hotel, Centro da Capital mineira.
As palavras do presidente do Sintracc vêm de encontro ao sentimento de que, mesmo com a profissão regulamentada, o comerciário trabalha em quase todos os domingos, não possui salário definido, e ainda convive com o banco de horas e com trabalho excessivo.
Gualberto pregou a intensificação da luta para reduzir a carga horária, visto que o comerciário pratica jornadas diárias com excesso de horas trabalhadas, tanto para o comércio em geral, como nos shoppings, que são templos comerciais cujo horário de funcionamento exige mais do empregado. No entendimento do sindicalista, será preciso enfrentar o debate com o grande empresariado, que não respeita o direito que o comerciário tem de trabalhar na média de qualquer profissional que atua no mercado.
ACOMODAÇÃO - O líder sindical, no entanto, condenou a postura acomodada de quem acredita que os problemas são resolvidos naturalmente, cobrando dos dirigentes – especialmente os que acumulam mandatos – o enfrentamento que cabe ao sindicalismo fazer.
Fazendo ver que o setor conservador atua organizado e ciente dos interesses que representa, Ronaldo Gualberto lembrou a perda de deputados da bancada federal no Congresso Nacional, que caiu de 81 para 44 mandatos, o que implica na adoção de nova conduta das lideranças sindicais e populares. “Enquanto isso – adverte – a continua sendo a dona do bolo que o povo quer dividir, elegendo candidatos da preferência do poder econômico”.
Quanto à validade da Plenária Comerciária, o presidente dos Comerciários de Contagem destacou o momento propício do encontro de sindicalistas de todo o Brasil para dar luzes à antigas questões e “dar início a novos processos, que alterem os condicionamentos culturais”.
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Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)