União Geral dos Trabalhadores

UGT reforça Campanha Pró-40 horas semanais

13 de Junho de 2014

BRASÍLIA/DF - Integrada às centrais sindicais brasileiras, a UGT - com delegações de Rondônia, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo - compareceu ao relançamento da Campanha Pró-40 horas, pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95. O ato, coordenado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) e Ministério Público do Trabalho (MPT), teve lugar no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília.  

Presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, destacou o caráter essencial da unidade da classe trabalhadora, para a conquista dos objetivos da população. Na ocasião, deputados e senadores se comprometeram em votar a favor da redução da jornada de trabalho. 

POR QUE REDUZIR A JORNADA DE TRABALHO DE 44H PARA 40H SEMANAIS?

Em diversos países, a jornada já é reduzida. A medida gera mais emprego e renda, movimenta a economia, melhora a qualidade de vida do(a) trabalhador(a) e reduz a ocorrência de problemas de saúde, além de permitir a maior qualificação da mão de obra.

HÁ ESTIMATIVA SOBRE OS POSTOS DE TRABALHO GERADOS?

Segundo o Dieese, mais de 3,2 milhões de empregos seriam criados com a redução da jornada para 40h. No comércio varejista seriam 624.884, no setor de transportes terrestres, 143.997 e na fabricação de produtos alimentícios seriam 138.795. Isso beneficiaria trabalhadores (as) da ativa e desempregados. Os da ativa porque disporiam de mais tempo para aprimoramento e qualificação profissional e vida pessoal. Os desempregados, por conseguirem uma recolocação no mercado de trabalho. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2012, elaborada pelo Dieese, 290.666 trabalhadores da área de fabricação de produtos têxteis trabalham de 41 a 44 horas semanais, o que equivale a 97,3% da categoria registrada. No comércio varejista, esse número é 6.258.861, equivalente a 95%. Esses(as) trabalhadores(as), por exemplo, poderiam utilizar o seu tempo livre para o estudo, lazer e se dedicar à família.

O QUE MUDARIA, NA PRÁTICA, A VIDA DO TRABALHADOR (A)?

Mudaria muito, e para melhor. O contexto laboral, hoje, demanda o constante aprimoramento profissional do trabalhador. O mercado exige cursos de qualificação e especialização, que frequentemente são realizados fora do horário de trabalho. O tempo conquistado com a redução da jornada poderia ser utilizado para isso. Além do mais, tarefas fora do tempo e local de trabalho demandam muito tempo do trabalhador, principalmente após a chegada dos celulares, notebooks e Internet. O que também seria compensado pela redução.

Há, ainda, a questão da Mobilidade Urbana. Além das 8 horas de jornada, 2 horas de horas extras e 1 hora de almoço, há o tempo de deslocamento entre a casa e o trabalho, cada vez maior, principalmente nas grandes cidades.

Por último, em função das jornadas extensas e intensas, os trabalhadores têm ficado cada vez mais doentes física e mentalmente. Doenças como estresse, depressão, hipertensão, distúrbios no sono e lesão por esforços repetitivos, por exemplo, aumentam, onerando o sistema público de saúde, a previdência e o próprio trabalhador. A redução da jornada aliviaria a vida do trabalhador e proporcionaria a ele condições para se alcançar uma vida mais digna.