União Geral dos Trabalhadores

Estudo do DIEESE aponta saldo positivo para aos trabalhadores da construção

09 de Junho de 2014

SÃO PAULO/SP - Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou como significativo o resultado das mobilizações e conquistas dos trabalhadores que atuaram nas obras de construção e reforma dos estádios que receberão o Mundial.

Feito a pedido da Federação Internacional de Trabalhadores na Construção e Madeira (ICM), o estudo objetivou a avaliação dos resultados da Campanha Trabalho Decente Antes Depois da COPA 2014, iniciada em 2011. A Campanha aglutinou sindicatos em todo o país e organizou reuniões com os governos locais, visitas a estádios, com realização de assembleias com trabalhadores nos locais de trabalho, fato que contribuiu para um acordo nacional tripartite, que prevê melhoria das condições de trabalho, segurança e condições de vida para os trabalhadores.

Representante regional da ICM na América Latina e Caribe, Nilton Freitas, destacou a luta conjunta dos sindicatos como fator essencial para o alcance de vitórias para os trabalhadores. Os ganhos reais de salário dos trabalhadores das doze cidades sedes ficaram acima da média dos ganhos reais de todas as categorias e acima da média do próprio setor da construção, na afirmação de Silvestre Prado, coordenador de Relações Sindicais do DIEESE.

De acordo com o estudo, os ganhos reais de salário, descontada a inflação do período, variaram entre 0,78% a 7,35%, com média de 4,10%, em 2012, a melhor do período analisado.

A pesquisa também aponta outros ganhos na dimensão econômica, como adicionais de hora extra e adicional noturno, à base de percentuais superiores aos previstos na legislação, acentuados com ganhos do ponto de vista da organização dos trabalhadores no local de trabalho, notados na constituição de comissões de representações para negociar com as empresas.

A mobilização foi o aspecto da análise, com a ocorrência de pelo menos uma greve nas obras dos estádios. Entre 2011 e 2014, os operários que trabalham na construção dos estádios deflagraram 26 greves, a maioria delas nos dois primeiros anos, totalizando 1.197 horas paradas, que, convertidas em jornadas de oito horas, indicam número próximo a 150 dias não trabalhados, especialmente nos anos de 2011 e 2012.