União Geral dos Trabalhadores

Para Pimentel, “servidores são a principal ferramenta para chegar à população”

15 de Maio de 2014

BELO HORIZONTE/MG – A União Geral dos Trabalhadores (UGT) organizou encontro entre os pré-candidatos ao governo de Minas, dia 05/05, na sede regional da Central. Somente o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Pimentel, aceitou o convite, do qual se ausentou o pré-candidato do PSDB, Pimenta da Veiga. Junto ao presidente nacional ugetista, Ricardo Patah, o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Ambiental e áreas Verdes (Fenascon) e tesoureiro nacional da UGT, Moacyr Pereira, prestigiaram o debate em um auditório repleto de sindicalistas de diferentes categorias profissionais. Entre as personalidades, destaque para o deputado estadual Durval de Barros.

As primeiras palavras pronunciadas por Fernando Pimentel resumiram a teor da pregação que ele vem fazendo em caravana que percorre o estado. Ele disse que “caso não seja recuperada a relação entre governo e servidores públicos, não há saída para Minas Gerais, pois foram doze anos de deteriorização deste relacionamento”. O pré-candidato da frente liderada pelo Partido dos Trabalhadores apontou a ocorrência de ações deliberadas para esvaziar o movimento sindical e destruir lideranças importantes, que resultaram na falta de segurança, no que chamou de “situação trágica e assustadora, na qual seguem a educação e a infraestrutura”. Em razão de erros acumulados – acusou - que afetam diretamente a população, “os servidores públicos, não foram utilizados como principal ferramenta do governo para alcançar as metas”.

BLOCO SINDICAL - Pimentel aprovou a ideia de criar um bloco sindical, formado pela UGT, CUT e CTB, para a coordenação de campanha e do plano de governo - no que diz respeito aos pleitos do movimento sindical e a reivindicação dos servidores públicos e privados - vai ajudar enormemente.

“Teremos de construir um governo de estreita parceria, de solidariedade e transparência com os servidores públicos, para mostrar a realidade das contas e a possiblidade real de agir e achar outros caminhos”, avaliou o líder político, frisando que “com o mesmo clima que temos hoje, com o servidor insatisfeito e ressentido, vamos repetir o que está feito”.

O ex-ministro ressaltou que lideranças do porte de Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, Ademir Camilo, deputado federal e presidente da UGT-Minas, mais as lideranças aqui presentes estão testemunhando o rumo da caminhada que nos dá ciência do tamanho da responsabilidade e do desmazelo feito em Minas. O único jeito de resolver o problema é governar juntos. Não basta apenas pedir o voto.

GOVERNAR EM CONJUNTO - “Então – falou - faria como adversário, que nem aqui veio, pois não tem o que dizer sobre a gravidade da situação produzida pelo governo do qual ele faz parte”. Pimentel citou a chamada Lei 100(Lei Complementar 100), declarada inconstitucional, por unanimidade, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2014, que efetivou, em 2007, cerca de 98 mil servidores do estado de Minas Gerais. Na época, o governador do Estado era Aécio Neves e o atual governador, Antônio Anastasia, secretário de governo. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a derrubada da legislação que igualou os antigos designados, contratados com vínculos precários e lotados, em sua maioria, na área da educação, aos efetivos.

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) enfatizou que o governo em que estará à frente fará o possível e mostrará o que não será exequível, resgatando o perídio em que foi prefeito de Belo Horizonte e nos cargos que ocupou na gestão pública. “Se não for assim, não vale a pena”, afirmou, declarando que “cargo público não é glória, mas responsabilidade”.

COMPROMISSO COM O PISO - Ao reafirmar o compromisso de apoiar a implantação do piso salarial no Estado, Fernando Pimentel, voltou a falar em “desastre e caos” no governo mineiro, classificando estatais como a Copasa e Cemig como “máquinas de produzir dinheiro para os acionistas”, sem ser eficientes para o público, “pois estatal é para isso”.

Ele lembrou a tradição do partido (PT), apontando o apoio da bancada ao projeto do deputado Celinho do Sintrocel (PCdoB/MG), que – para tramitar e ser aprovado – precisa do ser apoiado pelo governo estadual. Dizendo que será a voz do que ouviria no encontro, o ex-ministro listou os estados que já adotaram a medida e considerou uma lástima o piso ainda não ser uma realidade em Minas.

Na atualidade, o salário mínimo está fixado em R$ 724,00, valor inferior aos níveis dos pisos salariais estaduais. Com a aprovação da medida em Minas Gerais, os salários passariam a tomar o piso estadual como referência, elevando o poder de compra dos assalariados e promovendo distribuição de renda para um maior contingente populacional.

EXPERIÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA - Fernando Pimentel é economista, foi vice e, posteriormente,  prefeito eleito de Belo Horizonte (2005/2008) pelo PT, partido que ajudou a fundar. Foi diretor do Sindicato dos Economistas Mineiro, Secretário da Fazenda, Secretário de Governo e Planejamento. Em 2011 foi nomeado ministro de Estado pela presidenta Dilma Rousseff. Á frente da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel trabalhou para fortalecer a indústria nacional, concedendo caráter inovador e competitivo.

 

Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300) 

 

 

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