União Geral dos Trabalhadores

Prática antissindical da Nissan é condenada por dirigente nacional da UGT

26 de Setembro de 2013

BELO HORIZONTE/MG - O direito universal dos trabalhadores à organização sindical, que está sendo negado aos trabalhadores norte-americanos, motivou a União Geral dos Trabalhadores a encampar a campanha mundial feita contra a montadora Nissan. Aproveitando a realização do I Encontro Nacional de Sindicatos de Metalúrgicos da UGT, realizado entre os dias 26 e 27 de setembro, a Central organizou ato diante de uma concessionária de veículos da marca Nissan, assumindo o protagonismo da questão.

Presente na manifestação, que trouxe à capital mineira o presidente da UGT – Ricardo Patah - o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Bocaiúva (MG) e secretário Nacional dos Metalúrgicos da UGT, Delson Oliveira, condenou a perseguição feita pela Nissan contra operários simpáticos ao sindicato, o que caracteriza criem contra a organização sindical, reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A empresa, presidida mundialmente pelo brasileiro Carlos Ghosn, não paga horas extras, estende a jornada de trabalho até 12 horas diárias e demite o funcionário que for visto em companhia de sindicalistas, apresentando todos os dias vídeos acusando trabalhadores e promovendo assédio moral. Atualmente, Ghosn é um dos 25 executivos mais influentes do mundo, tendo exercido o cargo de Presidente da Renault em 1999.

Defendendo a dignidade humana e o direito à sindicalização, o dirigente ugetista justifica o ingresso da Central na campanha internacional contra a postura da Nissan. Manifestos como o realizado em Belo Horizonte serão repetidos em todos os estados onde a montadora comercializar os veículos que fabrica. O sindicalista, que é tesoureiro da Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais e presidiu a entidade de 2003 a 2011, chega a anunciar uma campanha junto aos consumidores para que adquiram automóveis da marca, caso a postura da Nissan não se altere em relação à liberdade de organização dos trabalhadores dos Estados Unidos.  Oliveira destaca que a vida dos operários norte-americanos não é um “mar de rosas”, como é propagado pela mídia. A repressão ao movimento sindical nos EUA é uma forma de impedir que na nação mais rica do mundo seja criado um modelo de organização que venha a influenciar o sindicalismo em escala global, observa Oliveira.

JANEIRO RECORDISTA - A produção mundial da Nissan em janeiro atingiu 403.166 unidades, número recorde para o mês, com alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A montagem de veículos no Japão somou 70.698 unidades em janeiro, queda de 26,4% em relação ao mesmo mês de 2012 motivada pela retração das exportações (em 24,5% no período).

A produção fora do mercado doméstico obteve 332.468 veículos, número recorde para janeiro que resultou em alta de 13,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. No México, a demanda pelo Versa e pelo novo Sentra levaram à fabricação de 65.286 unidades, alta de 5,1%. Na China, a produção em janeiro alcançou 99.571 unidades, alta expressiva de 32,4% em relação a janeiro de 2012, quando as festividades pelo ano novo chinês ocorreram em janeiro. 

As vendas da Nissan em todo o mundo somaram 406.081 unidades em janeiro, outro recorde para a fabricante neste mês. Em relação ao mesmo período de 2012 houve alta de 7%. No Japão, motivadas pela demanda do novo Sentra e do Note, as entregas da Nissan somaram 44.205 unidades, crescimento de 11,5% sobre janeiro de 2012. As vendas fora do Japão somaram 349.674 unidades no primeiro mês do ano, crescimento de 7,1% sobre igual período de 2012. Na China, com 115.732 unidades vendidas, a alta sobre janeiro de 2012 foi de 22,2%.

 

Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300) 

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