Catedrático reafirma papel transformador da educação, no Encontro Nacional dos Metalúrgicos da UGT, em Minas
BELO HORIZONTE/MG - Principal palestrante do segundo dia do I Encontro Nacional de Sindicatos de Metalúrgicos da UGT - realizado no auditório José Raimundo da Fonseca da Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, dias 26 e 27 de setembro – o Mestre em Educação Erledes Elias da Silveira abordou o tema “Movimento Sindical e o Papel Político dos Dirigentes Sindicais”.
Nas primeiras palavras que pronunciou, ele afirmou que a educação – seja nos bancos de escola, através de cursos ou leitura – leva à reflexão e à consciência crítica e faz com que as pessoas questionem o mundo em que vivem e compreendam com maior clareza o papel que exercem na sociedade. Para a classe trabalhadora, que produz a riqueza, tal entendimento é vital, pois o conhecimento, que é adquirido no trabalho e na convivência em família, cresce quando as pessoas se reúnem e desenvolvem uma visão crítica sobre o mundo em que vivem, afirmou o catedrático. O professor argumentou que os sindicatos não devem se deter somente nas questões ligadas à relação entre capital e trabalho, mas se envolver no debate social.
Ao fazer referência aos movimentos de rua que marcaram a cena política brasileira na metade do ano, Erledes Elias da Silveira observa que o impulso iniciado pela juventude careceu de coordenação. Repetindo o que o deputado federal e presidente da UGT-Minas, Ademir Camilo, já dissera por ocasião do Dia Nacional de Luta (11/07), o palestrante observou que as reivindicações levantadas pelos manifestantes são as mesmas que o movimento sindical defende historicamente. Para ele, tais mobilizações demonstraram que a população chegou ao limite da paciência com o baixo nível dos serviços públicos. Quanto ao sindicalismo, o professor acredita que este não pode seguir “à reboque” de movimentos espontâneos, mas compreender o papel de vanguarda que lhe cabe e transformar a sociedade. Descontraído, Erledes citou entrevista de um cientista social na qual este declarou que o povo está “de saco cheio” com tanta precariedade.
Em uma palestra repleta de informações, o Mestre em Educação recorreu à frases famosas de pensadores que se debruçaram na questão social. Entre eles, o filósofo e economista alemão Karl Marx, quando escreveu que “os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, mas o que importa é transformá-lo”. Na visão que expressou, o professor frisou que a política somente tem sentido com a prática social e que ser sindicalista é encaminhar as questões da classe que representa, participar das lutas sociais, ter capacidade de liderar e ser um negociador competente, sempre amparado em uma interpretação objetiva da realidade.
Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)