União Geral dos Trabalhadores

UGT marca presença no Dia Nacional de Luta, integrando a passeata das centrais em BH

12 de Julho de 2013

BELO HORIZONTE/MG – O deputado federal Ademir Camilo liderou a UGT-Minas na passeata que transitou pela Região Central, a partir das 14h, e terminou às 18h, já na Região Noroeste da Capital. A concentração começou pela manhã na Praça Sete, ponto mais central da cidade, com a aglomeração de ativistas de diferentes ramos de atividade, que vestiam camisetas e portavam bandeiras alusivas às entidades que representavam. Nas faixas, dizeres exibindo as reivindicações gerais e também específicas de cada classe, formando um mosaico do que seria a manifestação horas depois. Em nome da UGT, falaram no caminhão de som Ronaldo Gualberto, presidente dos Comerciários de Contagem (Sintracc); Denilson Martins, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol/MG); Fabian Schettini, secretário de Comunicação da Central. Antônio Vander Silva Reis, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Carga de Minas Gerais (Sinditac) voltou a denunciar a liminar expedida contra o sindicato e a UGT que suspendeu o movimento legítimo e pacífico dos caminhoneiros na rodovia BR-381, na altura do município de Igarapé, em ação impetrada pela União Federal, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (Denit), impondo multa horária de R$ 100 mil para as duas entidades, no caso de descumprimento. Em um momento de amenidade no ato, o poeta Kennedy Cândido, colaborador do Sintracc, declamou versos de sua autoria feitos especialmente para a data.

Representantes do movimento social - como estudantes, lideranças comunitárias e femininas - também se manifestaram. Nas falas, os itens contidos na pauta trabalhista, da qual se incluem aumento geral de salário; redução da jornada de trabalho; votação imediata pelo fim do fato previdenciário; o fim das terceirizações; a defesa do direito de greve e valorização do servidor público; reforma agrária e apoio ao pequeno agricultor; melhor atendimento nos serviços de saúde, educação, transporte público, auditoria nas grandes obras públicas; aprovação do piso estadual em Minas Gerais; redução das tarifas de energia elétrica e contra a criminalização do movimento social.

A JORNADA TRABALHISTA - Quando a aglomeração já era grande e partiu em passeata, milhares de trabalhadores se perfilaram em direção à prefeitura de Belo Horizonte, o primeiro dos pontos escolhidos pelos organizadores para manifestar a revolta com a deficiência na prestação de serviços públicos, razão que motivou os protestos de rua que mobilizam o país desde março. O prefeito Márcio Lacerda, principal alvo do protesto, mandou trancar a porta da PBH com grossa corrente de aço e colocou no saguão a guarda municipal fortemente armada, se recusando a receber uma comissão representando o movimento, conforme houvera sido solicitado.

 Ao longo da caminhada eram cantadas palavras de ordem e canções adaptadas ao movimento. Por onde passou, a passeata paralisou a trânsito e atraiu a atenção dos transeuntes, fosse nas calçadas, sacadas das casas ou janelas de edifícios. Ao chegar diante do Banco Central, a marcha hostilizou a alta de 0.5% na taxa de juros ocorrida no dia anterior. Próximo ao Palácio da Inconfidência, sede da ALMG, a marcha recebeu o reforço de centenas de trabalhadores em educação do estado, que se uniram ao movimento após realizar assembleia estadual. Diante da Assembleia Legislativa mineira, faltou espaço para acomodar os manifestantes, tendo grande parte de ficar numa das ruas laterais a ela. Dali, já com um número próximo a dez mil pessoas, o ato seguiu até a frente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), acusada de cobrar a maior tarifa do Brasil e transferir bilhões de reais para acionistas. Rumando em direção à Rede Globo, a manifestação atravessou o viaduto Castelo Branco, que acesso à Região Noroeste de Belo Horizonte. Já no bairro Caiçara, onde se localiza a emissora, o protesto se voltou contra o monopólio dos meios de comunicação, cobrando a democratização da informação no País.

 

Renato Ilha, jornalista (MTE 10.300)  

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