Em dia histórico para o movimento sindical é aprovada pauta da classe trabalhadora
Aconteceu, na manhã desta quinta-feira (07), na cidade de São Paulo, a terceira Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora): Emprego, Direitos, Democracia e Vida. O evento, um ato unitário, reuniu militantes e dirigentes sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, CUT, CSB, CTB, Nova Central, Conlutas, Intersindical e Pública.
O evento foi, por muitos dirigentes ugetistas, encarado como o encontro da esperança que fortalece a unidade dos trabalhadores em torno de um objetivo comum, que é o de mudar os rumos políticos nacional e solidificar a democracia do País.
Ricardo Patah, presidente nacional da UGT durante a abertura do evento ressaltou que entre os objetivos principais da realização da Conclat 2022 estão a aprovação da pauta da classe trabalhadora, para que o movimento sindical possa debater e discutir mudanças importantes no mundo do trabalho e a consolidação da união de forças para mudar os rumos da política federal brasileira.
Antônio Carlos Dos Reis (Salim), vice-presidente da UGT enfatizou que o momento que o Brasil atravessa é muito difícil e de total desrespeito ao trabalhador, devido aos governos que estão aí. Esse conjunto de fatores torna a realização da Conclat 2022 histórica, equiparando a realização deste evento a primeira Conferência, que ocorreu em 1981, em plena ditadura militar. “Hoje é um dia para marcarmos a nossa liberdade no movimento sindical, assim poderemos seguir lutando para conquistar os direitos dos trabalhadores”, disse.
A realização da Conclat 2022 acontece num momento em que o cenário político, econômico e social do Brasil é extremamente delicado. O desemprego chegou a índices alarmantes e sem que a população possa confiar nos dados oficiais que são divulgados, com poder de compra do trabalhador cada vez mais comprometido, graças a inflação galopante somada a diminuição dos salários e a precarização do mercado de trabalho, que são heranças da reforma trabalhista de 2017.
Para Gustavo Walfrido, presidente da UGT Pernambuco, o fato de o movimento sindical realizar um evento como a Conclat, justamente num momento em que a sociedade está saindo de uma pandemia, mostra o quanto o movimento sindical está ativo. “Essa Conferência é importante para que possamos tirar propostas e que essas sejam apresentadas aos presidenciáveis, pois no momento oportuno teremos que conversar com esse pessoal”.
“Estou muito feliz porque mesmo com as divergências que temos nas centrais sindicais, nós estamos unidos para realizar este evento”, comentou Gustavo.
Jacira Carvalho Da Silva Torres, Secretária Adjunta de Integração para as Américas da UGT acredita que a Conclat representa a força do trabalhador e o anseio de contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país ao entregar uma pauta de propostas da classe trabalhadora para os (as) candidatos (as) a presidência da república e a todos (as) postulantes a cargos públicos nas eleições deste ano. “Seja quem for o (a) escolhido (a) para ocupar cargos públicos, nós temos que ser ouvidos”.
Francisco Pereira (Chiquinho Pereira), Secretário de Organização, Formação Sindical e Política da UGT e presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, já havia mencionado que este ano é um divisor de águas para toda a sociedade brasileira, pois pode mudar os rumos do governo federal e fortalecer a democracia do país ou reelege a corrente política que aí está e alimenta as ideias autoritárias propagadas por quem está no poder. “A realização desta Conclat eu vejo como um ato de esperança calcada em cima, exatamente, da mobilização da classe trabalhadora mais ampla, que são aqueles (as) que estão trabalhando, são os (as) milhões de desempregados (as) ou seja, é o conjunto da sociedade.”
Juliana Rodrigues, do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sinsaude de Jundiaí) e representante da juventude ugetista ressaltou que a Conclat representa o poder do movimento sindical efetivamente cumprindo com o seu papel, que é representar as categorias profissionais. “O chamamento deste ano se dá a partir do envolvimento da sociedade, da população e do trabalhador, pois a luta trabalhista é nossa como parte de uma sociedade ampla”.
“Este ano temos eleições, o que deixa em evidência uma luta muito mais fortalecida da sobrevivência da classe trabalhadora”, aprontou Juliana.
Segundo Ricardo Patah, a partir de 2017, quando entrou em vigou as mudanças na legislação trabalhista, iniciou uma profunda crise no mercado de trabalho. “Precisamos com certeza desconstituir e revogar essas ações, porque o que foi feito com a reforma trabalhista é uma ação criminosa”.
Outro ponto abordado pelo líder ugetista é a necessidade que o movimento sindical tem de se fazer representado nas esferas governamentais. “Nós precisamos de políticos no parlamento, só assim conseguiremos fazer as grandes mudanças no Congresso Nacional, para que possamos ter um Brasil cidadão”, finalizou Ricardo.