Direitos das mulheres: vamos conversar francamente
Em 2020, o Dia Internacional das Mulheres (8 de março) terá como tema “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres”.
O tema, sugerido pela ONU Mulheres, não poderia ser mais apropriado. Certas pessoas podem até dizer: “De novo esse papo chato de direitos das mulheres?”. Precisamos, sim, bater diariamente nessa tecla, ainda que alguns torçam o nariz.
O consenso global emergente é de que, apesar de alguns progressos, as mudanças reais têm sido lentas para a maioria das mulheres e meninas em todo o mundo.Hoje, nenhum país pode afirmar ter alcançado a igualdade de gênero e vários obstáculos permanecem inalterados na lei e na cultura.
Além disso, há uma ameaça significativa de reversão de ganhos dos direitos das mulheres duramente conquistados. Em síntese, apesar das conquistas e mudanças dos últimos anos, a vida não é tão fácil assim para o sexo feminino.
Poderíamos discorrer com uma série de exemplos que ferem profundamente a dignidade das mulheres: o preconceito, a discriminação, as violências em suas várias formas, a exclusão feminina na distribuição de cargos de liderança etc.
Mulheres e meninas continuam subvalorizadas; elas trabalham mais e ganham menos e têm menos opções; e experimentam múltiplas formas de violência em casa e em lugares públicos.
O que nos entristece muito é perceber que uma das agressões mais constantes (concordem ou não nossos companheiros do movimento sindical) é a violência do homem contra a mulher, seja física ou sexual, seja moral ou psicológica.
São agressões, muitas vezes, em forma de brincadeiras e piadinhas de mau gosto (principalmente em espaço público), que interferem intimamente na vivência geral da mulher e na posição que ocupa na sociedade e no mundo.
Neste 8 de março de 2020, nosso apelo ao movimento sindical: vamos levantar, de fato, a bandeira do respeito e da valorização da mulher. Não queremos ser melhores e nem ocupar os espaços dos homens: queremos apenas ser tratadas com igualdade e com acesso aos mesmos direitos. Não é pedir muito. Ou é?
Fernanda Sampaio - Secretária de Comunicação da UGT-MG