União Geral dos Trabalhadores

Mulheres sindicalistas de Minas ocupam a Praça Sete para exigir aposentadoria decente para todos

03 de Outubro de 2017

Lideranças da UGT-MG, de sindicatos filiados e das demais centrais sindicais participaram nesta terça-feira, 03/10, de ato público na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, em favor da aposentadoria decente para todos e todas e contra a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo Temer ao Congresso Nacional.

A manifestação marcou o lançamento do Fórum Estadual das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais de Minas Gerais. Um varal foi estendido na praça com fotos de deputados mineiros que têm se posicionado contra a classe trabalhadora. Também havia no local uma urna para que a população pudesse opinar sobre a reforma da Previdência.

Aproveitando a oportunidade, na tenda da democracia foram colhidas assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular pedindo a revogação da lei 13.467, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na mesma tenda, o charme à parte ficou por conta das mulheres bordadeiras, que trançavam enquanto a manifestação se desenrolava.

Organizado por lideranças femininas das centrais sindicais mineiras, o ato público contou com a participação de diversos sindicalistas homens, solidários à causa, e de representantes de movimentos sociais, populares e estudantis. E chamou a atenção de vários transeuntes que passavam pelo local. Curiosos, muitos pararam para saber do que se tratava e aderiram ao ato.

Desinformação
A secretária da Previdência e Seguridade Social da UGT-MG, Claudete Liz de Almeida, fez questão de conversar com as pessoas que passavam pela Praça Sete no momento da manifestação e convidou-as a se manifestar e depositar sua opinião na urna.

“É impressionante como a população está desinformada sobre assunto tão sério. Conversei com dois jovens e eles não sabem o que é a previdência ou o que é a aposentadoria. E serão os mais prejudicados com a proposta de reforma que tramita no Congresso Nacional. Tenho pena das gerações futuras”, disse.

Para Claudete, a Previdência Social é um assunto extremamente sério e que impacta a vida de todos os brasileiros. Por isso, deveria constar no currículo escolar no ensino do segundo grau, assim como noções de Direito Trabalhista.

Mulheres, as mais penalizadas
Também presente à manifestação, a secretária dos Trabalhadores no Comércio da UGT-MG e diretora do Sindicato dos Comerciários de Betim, Celma Alves, enfatizou que as mulheres serão as mais penalizadas com a retirada de direitos sociais e trabalhistas que vem sendo promovida pelo governo Temer.

“Não podemos retroceder. As mulheres representam mais de 50% do eleitorado e lutam a vida toda por respeito e dignidade. São décadas enfrentando essa sociedade excludente e, por isso, não aceitamos voltar no tempo”, comentou.

A importância do Fórum
Para Celma, a criação do Fórum Estadual das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais de Minas Gerais é um avanço e um espaço de resistência e luta contra a reforma da previdência e qualquer outra tentativa de retirada dos direitos dos trabalhadores.

A ideia é propiciar o diálogo sobre temas ligados à questão de gênero e a inserção da mulher em todas as áreas, especialmente, no trabalho e na política.

O Fórum Estadual foi criado seguindo as diretrizes do Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais, que realizou ato público em defesa da aposentadoria decente para todos, no dia 26 de setembro, em São Paulo.