União Geral dos Trabalhadores

Rombo da Previdência: verdade ou mentira?

07 de Dezembro de 2016

A previdência é uma espécie do gênero seguridade social. Este é composto pela Assistência Social, Sistema Único de Saúde e Previdência.

O governo, de forma torpe, ilude a sociedade investindo pesado no discurso de que a Previdência é deficitária, ou seja, gasta mais do que arrecada.
Isto é um engodo, haja vista que o governo de plantão computa nos créditos apenas as contribuições efetivadas pelas empresas e pelos empregados, deixando de fora outras fontes de receitas tais como PIS – COFINS, loterias etc. (art.195 CF).

Além disso, oferece benefícios fiscais às empresas, sem contar a chamada DRU (Desvinculação de Receitas da União) que desvia dinheiro da seguridade social para pagamento de juros.
Temos também, no cômputo dos créditos, os valores do passado (caixas de assistência) que foram usados para construir uma série de equipamentos públicos a fundo perdido.

Há uma série de grandes devedores da Previdência que não sofrem nenhuma penalidade administrativa ou judicial.

A seguridade social, em especial a Previdência, conta com um grande valor monetário capitalizado em imóveis que não são bem geridos, causando prejuízo, em vez de lucro, com alugueis.

As questões previdenciárias são muito mais complexas do que parecem. É parte fundamental do futuro das pessoas. Como podemos hipotecar solidariedade ao governo de plantão que tem como expoente um cidadão que aposentou com 50 anos de idade?

Querem apenas retirar direitos dos trabalhadores em nome do crescimento econômico. Não podemos aceitar isso. Que País queremos para as gerações futuras?

As questões eleitas pelo governo como prioritárias só fazem por aumentar as desigualdades. O objetivo é privilegiar o pagamento de juros da dívida e favorecer os rentistas em detrimento das classes menos favorecidas.

A reforma deles não mexe com os privilégios, com as aposentadorias especiais, aposentadorias de parlamentares e juízes, com os salários acima do teto constitucional. Enfim, é mais fácil tirar dos que tem pouco, pois a reação não repercute na grande mídia e pode ser abafada sob a força do cassetete.

Leonardo Vitor S. C. Vale - presidente do Sindi-Asseio e secretário de Assuntos Jurídicos da UGT-MG